Por: Paulo Renato Ardenghi Rizzardi - Diretor de Inovação da SMDE
Em meados do ano passado, ousei falar que Porto Alegre possuía potencial para ser uma das cidades mais inovadoras do mundo. Fico contente de não ter cometido nenhum ato exagerado de otimismo. A cidade está no caminho de consolidar-se como o principal polo de inovação da América do Sul, em conjunto com São Paulo.
De lá para cá, 24 projetos inovadores propostos através do Pacto Alegre saíram do papel. A cooperação entre iniciativa privada, poder público, sociedade civil e universidades traz um ambiente saudável e próspero.
Aliás, arriscaria dizer que a principal inovação está sendo exatamente essa. Os maiores hospitais privados e públicos estão pensando uma solução digital conjunta para modernizar o atendimento aos cidadãos. A prefeitura está buscando parceiros para enfrentar problemas antigos, as universidades aproximando cientistas para promover impacto. Tudo isso, apoiado pela iniciativa privada, produz resultados importantes para o futuro.
Estamos aprendendo a cooperar. Estamos construindo uma estratégia de cidade inovadora nunca antes vista por aqui.
Avançou também o entendimento da política econômica focada em inovação. De passagem pelo Brasil, o pensador israelense Yuval Harari chamou a atenção da importância da reinvenção da economia através de estratégias digitais e da compreensão dos avanços tecnológicos nas áreas da inteligência artificial, ciência de dados e internet das coisas.
Recentemente, uma empresa gigante atraiu-se por Porto Alegre em razão do capital humano que aqui é formado. Duas semanas após, a prefeitura anunciava a criação de um fundo de R$ 20 milhões para fomentar o surgimento de startups. No dia seguinte, a mesa do Pacto Alegre aprovou um projeto ousado de treinamento para os profissionais do futuro. Isso certamente ecoa como música para grandes empresas do mundo todo. Iniciativas que apoiam negócios locais e atraem investimentos externos.
O ano que passou encerrou-se como se fosse o último capítulo de uma temporada eletrizante de série de TV. E as perspectivas para este início de 2020 são excelentes.
Artigo publicado na Zero Hora de 3 de janeiro 2020.
Foto: Joel/PMPA