A agenda de projetos do Pacto Alegre começa a ser reavaliada e reorganizada para ajudar a cidade na luta contra a pandemia do novo coronavírus. Os novos desafios impostos pela crise foram discutidos por mais de 130 presentes na 4ª Reunião da Mesa Diretiva, por videoconferência na manhã desta quarta-feira, 19. O prefeito Nelson Marchezan Júnior apresentou os dados epidemiológicos da cidade, as medidas adotadas no enfrentamento da doença e as projeções de déficit na receita do Município em razão da queda na arrecadação e aumento de despesas.
Marchezan propôs "um Pacto ainda mais atuante", aumentando a responsabilidade das decisões conjuntas "para superar essa crise com muito mais grandeza e menos reflexos nocivos à nossa sociedade". O prefeito também recomendou nova periodicidade dos encontros virtuais da Mesa Diretiva, que a partir de agora serão mensais, para ampliar a integração do grupo. "Quero que vocês participem da prestação de contas, que a gente possa trocar dúvidas, expor problemas e angústias, porque esses problemas não são só meus ou de vocês, e sim de todos os porto-alegrenses", avalia.
Segundo Marchezan, diante dessa nova realidade é necessário reestruturar a máquina pública para ajudar especialmente a população mais vulnerável e preparar Porto Alegre para o retorno das atividades econômicas. “Se a gente não mudar as estruturas públicas, vamos demorar de cinco a oito anos a mais que o resto do mundo para superar essa crise. Nossas tomadas de decisão neste período crítico adotaram o caminho de gestão que já vinha sendo realizado na cidade - de inovação, de modernização, de desburocratização. Um exemplo é o aumento do número de leitos, que vinha de um histórico de fechamento, uma das nossas prioridades na prestação de serviços e fortalecimento da área da saúde”, afirma o prefeito.
Presente na videoconferência, o consultor espanhol Josep Piqué destaca que a partir de agora o Pacto terá que se reinventar. “ “Temos aprendido a trabalhar e viver pacificamente. O vírus entrou nas nossas vidas, nossas empresas e nossas universidades criando novos desafios sanitários, sociais, econômicos e governamentais. E dentro desse novo contexto vamos nos adaptar à realidade de uma vida mais digital”, afirma. Para o coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos da Silva Pinto, a atuação integrada e ágil da Aliança pela Onovação pode colaborar bastante com a cidade. “A ideia é ter um conselho atuante para efetivarmos as mudanças necessárias, emergenciais e de longo prazo", define.
PLATAFORMA DIGITAL - A presidente do Badesul, Jeanete Lontra, anunciou que a primeira entrega do Pacto Alegre durante a pandemia é a estruturação de uma plataforma digital de financiamento coletivo, conhecida como “crowdfunding”, que deverá ser usada para estimular startups, especialmente as da área da saúde, e incentivar o aquecimento da ‘nova economia’ neste momento atípico para a cidade. “É um projeto pioneiro e altamente inovador, que conta com a captação de recursos e de negócios, projetos e ideias em ambiente virtual”, explica Jeanete, confirmando também o lançamento da iniciativa nos próximos dias.
O papel das universidades no combate à crise foi ressaltado pelo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rui Carlos Oppermann. “A prefeitura tem as três universidades como parceiras na superação da pandemia. A Aliança pela Inovação tem colaborado com as ações propostas, seja na confecção de equipamentos de proteção e hospitalares, ações sociais e suspensão das atividades presenciais do ensino”, diz.
Redação: Vanessa Sampaio, Lissandra Mendonça, Elisandra Borba e Luciana Mismas