Fábio Beckenkamp - Doutor em Ciência da Computação e sócio da SMark CRM
Vamos todos para as nuvens. Não de forma concreta, claro. Essa é uma tendência importante para gestão das empresas dos mais diversos setores. E aqui está em foco uma característica relevante: sua empresa possui estruturas leves?
Quando a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil e adotamos a política do distanciamento social, o trabalho remoto tornou-se a solução para que as empresas não parassem. Porém, muitas delas não estavam preparadas para este novo cenário e enfrentaram dificuldades de adaptação. Foi preciso digitalizar processos às pressas.
Gestores pegos de surpresa tiveram muito trabalho – e estresse. A partir desse susto, muitos aceleraram a implantação de tecnologia na rotina do seu negócio. Dedicaram-se e enxergaram a necessidade de ter mais gestão dos seus times, principalmente uma gestão remota e digital.
Algumas organizações, por outro lado, estavam preparadas. São as empresas leves. Elas já tinham e-mails e arquivos na nuvem, sistemas críticos rodando no modelo SaaS. A verdade é que a tecnologia está disponível há algum tempo, mas as organizações ainda resistem em adotá-la. Essa resistência pode ser pelo custo de pessoal e de tempo. E eu entendo que tudo tem um momento financeiro para a empresa. Mas o que os gestores precisam perceber é que esse custo se paga depois, em médio e longo prazo. Com efeito, é preciso pensar além. A pandemia veio para mostrar a importância da tecnologia para a gestão de equipes e, consequentemente, da leveza das empresas.
Como early adopter, já possuo naturalmente esse olhar para experimentar o novo, para testar como as tecnologias funcionam e descobrir suas vantagens na prática. Atualmente, os gestores precisam se propor a isso também. O perfil dos líderes tem influência direta sobre a cultura da empresa. Se for uma pessoa que gosta de tecnologia, que aceita o risco de experimentar algo novo, pode sair na frente. Isso não significa adotar uma tecnologia porque está na moda, claro; mas adotá-la, porque faz sentido para a rotina da organização.
Fazendo o uso da tecnologia, as empresas tornam suas estruturas internas mais leves. Uma leveza proporcionada – em muito – pela nuvem. Não estão mais em jogo aqueles servidores pesados, estruturas gigantescas para acomodar os processos da organização. Ao ponto de que, no caso de uma mudança de sede, por exemplo, tudo é mais fácil: basta levar as pessoas e alguns móveis.
Vivemos em um mundo mais ágil e leve hoje. Não tem escapatória. E a nuvem é a tendência. Um ambiente que pode levantar algumas questões a respeito de privacidade e controle de dados, mas que é, acima de tudo, inevitável. Este é o caminho.