Ivani Schütz - jornalista
A notícia de que Porto Alegre poderá ser a primeira cidade sul-americana a sediar a edição de 2022 do Web Summit, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, encheu de orgulho a todos nós porto-alegrenses. Estamos disputando com o Rio de Janeiro qual será o melhor local para recepcionar o encontro na América do Sul. E existem excelentes razões para sairmos vencedores.
Senão vejamos. Porto Alegre é uma das cidades mais inovadores do mundo. Possuímos um ambiente propíscio, temos universidades de ponta e talentos inigualáveis. O cenário é um dos mais favoráveis para a inovação no país, com destaque para os parques tecnológicos, hubs de inovação e coworkings, entre eles o Poa.hub, primeiro coworking público do Brasil. Além disto, com o objetivo de promover a inovação e o empreendedorismo, foi criado o Fundo Municipal de Inovação e Tecnologia de Porto Alegre (FIT/POA), que vai destinar R$ 20 milhões para estimular a geração de startups.
Recente estudo publicado pelo renomado WRI - World Resources Institut - que tem atuação mundial e também no Brasil -, a respeito do impacto da Covid-19 nas cidades, considera que a pandemia é uma tragédia de proporções brutais que causou a perda de vidas, empregos e negócios, cujos efeitos deverão ser sentidos por anos, talvez décadas. E, portanto, é hora de Governos e sociedades reconstruírem o novo normal favorecendo ainda mais a inovação e a tecnologia nos espaços urbanos para que possa ser recuperado parte do prejuízo o mais rápido possível.
Outros analistas avaliam que é preciso estimular, por exemplo, o que Porto Alegre já vem fazendo: o compartilhamento, seja em espaços ou meios de transporte, como no caso da ampliação das ciclovias. Por outro lado, a tecnologia também deverá ter um papel de destaque na construção das cidades inteligentes no pós-Covid-19, com destaque para soluções como o 5G, que será peça importante para melhorar a gestão pública e criar ambientes melhores para se viver, trabalhar e empreender.
De acordo com um estudo da Grand View Research, as smart cities devem movimentar, mundialmente, US$ 2,57 trilhões em 2025. Só a Coreia do Sul, por exemplo, planeja injetar, até 2024, US$ 4,57 bilhões na construção da primeira cidade inteligente do país: a Busan Eco Delta City (EDC). A IA – inteligência artificial será usada para melhorar a qualidade de vida da população e enfrentar os desafios da urbanização.
Aqui no Brasil, as cidades digitais vêm ganhando espaço e Porto Alegre cresce neste sentido, ao lado de Campinas, Curitiba e São Paulo.
Vamos em frente, rumo ao futuro, na expectativa de dias melhores pós-Covid-19 em um ambiente urbano com mais integração e conectividade, que resulte naquilo que é o objetivo maior de todo esse trabalho: bem-estar e qualidade de vida da população.