Construtora lança primeiro empreendimento no 4º Distrito e revitaliza duas praças

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Matéria original do Jornal do Comércio
Por: Patrícia Comunello
Foto: Luiza Prado

O Quarto Distrito, região emergente que atrai cada vez mais iniciativas de empreendedores ligados à tecnologia, inovação e gastronomia, entrou no radar de uma das maiores incorporadoras da construção civil em atuação no Rio Grande do Sul. A Cyrela Goldsztein fará seu primeiro empreendimento na região e em 2020, que incluirá operações comerciais e revitalização de duas praças no entorno da área do projeto no bairro São João.

A empresa está negociando a compra de mais dois outros terrenos na região para desenvolver novos projetos, adianta o diretor nacional de vendas da Cyrela e CEO da Regional Sul, Rodrigo Putinato. "Vamos lançar em um ano", projeta o CEO.

O valor geral de vendas (VGV) das 167 unidades residenciais do Prime Wish, com obras que começam até novembro na área de 6,6 mil metros quadrados, é projetado em R$ 87 milhões, com opções de dois e três dormitórios, cuja comercialização já começou. Na pré-venda, cerca de um terço da oferta já teria tido interessados, cujos contratos serão assinados agora, diz o diretor da Cyrela. Os valores médios dos apartamentos são de R$ 420 mil (dois quartos, com 56 metros quadrados cada) e R$ 500 mil (três quartos, 67 m²). O Prime Wish será concluído em 38 meses. 

Render do projeto como ficará quando pronto

Putinato avalia que os preços estão atrativos pela localização do empreendimento. "Fica na 'franja' do Quarto Distrito, próximo à avenida Benjamin Constant, no limite com o bairro Higienópolis, e a 800 metros do bairro Moinhos de Vento", valoriza o diretor.

"É próximo de tudo", reforça, que aponta ainda que a baixa oferta de unidades no padrão e preços a serem erguidas pode alavancar os valores de forma mais acelerada na execução. O mall previsto, com dez espaços, será explorado pelos antigos donos dos terrenos, de acordo com a negociação que selou a permuta da área. A existência de comércio e serviços gera maior fluxo de pessoas, o que acaba favorecendo até a segurança.

As duas praças a serem reformadas são a São Geraldo e Júlio Andreatta, que ficam próximas, uma delas na avenida e quase em frente ao terreno, seguindo legislação para compensar obras em Porto Alegre. Outras duas escolas terão melhorias e também estão nos bairros do Quarto Distrito. Putinato diz que a incorporadora comemorou que as revitalizações foram vinculadas a equipamentos na região.

"Estamos esperando as orientações da prefeitura para definir projetos, mas queremos agilizar e começar logo as obras", adianta o CEO. Nas praças, o aporte será de R$ 2,5 milhões, que devem ser usados em recuperação de brinquedos, paisagismo e instalação de passeios e áreas de esporte. Na capital, a Cyrela está tocando a reforma de diversos equipamentos do Parque da Redenção. 

Para 2020, o diretor diz que não pode indicar qual será o portfólio de projetos a ser lançado, devido a regras do mercado acionário, pois a companhia é listada na B3, bolsa de valores de São Paulo. Em 2019, a empresa somou R$ 450 milhões nos empreendimentos lançados, 21,6% acima dos R$ 370 milhões de 2018. O mercado alvo é Porto Alegre. "Este ano estamos prevendo um bom crescimento", sinalizou. "Compramos muitos terrenos." 

A expectativa está assentada principalmente na condição de oferta de crédito para diversas faixas de financiamento e valor de imóveis. "Nunca tivemos juros tão baixos na história do Brasil", garante, indicando que o "momento é incrível para comprar imóvel". Putinato comenta ainda que também influencia a definição de lançamentos a velocidade na aprovação dos projetos no município. Ele observa que o tempo de tramitação caiu, em média, 20% a 30% em 2019. "O que levava 15 meses está sendo licenciado em 11 a 12 meses", compara.

Para linhas como o programa Minha Casa Minha Vida, o juro é de 6% ao ano. Pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), formado por recursos da carteira dos bancos, a taxa é de 7,5% a 8,5%, dependendo do valor, que se situa em faixas de imóveis de maior maior. "Com demanda forte, pode ter elevação de preços", previne o executivo.