Entre 9 de agosto e 26 de setembro, centenas de profissionais estarão mobilizados em busca de soluções inovadoras para um dos espaços urbanos mais importantes da Capital e de todo o Estado. Parceria entre a Prefeitura de Porto Alegre (PMPA), o Pacto Alegre e a BS Project, Conectar.Hub e Sindilojas POA, o Desafio Criativo Centro+ unirá o poder público, a academia e a iniciativa privada em uma maratona cuja finalidade é apresentar propostas que alavanquem o desenvolvimento e resgatem o protagonismo da região.
Esse é o primeiro hackathon promovido pela atual gestão da PMPA. A iniciativa é voltada a profissionais das mais variadas áreas, entre elas: arquitetura e urbanismo; design; engenharia civil; engenharia de produção; artes plásticas; gastronomia; produção cultural; história; ciências sociais; economia; turismo; e políticas públicas. Serão aceitas propostas em cinco eixos temáticos: Mobilidade Urbana, Vivências do Centro, Ativação Econômica, Mobiliário Urbano e Iconicidade. No entanto, ideias que contemplem mais de uma área também poderão ser inscritas.
Saiba mais sobre cada eixo:
Mobilidade Urbana - A mobilidade é uma questão diretamente ligada ao processo de estruturação das cidades. Trata-se de uma complexa correlação, na qual os centros urbanos condicionam a utilização de determinados modais de transporte ao mesmo tempo em que esses modais exercem influência sobre a forma com que esses centros urbanos se desenvolvem.
É necessário debater propostas sobre temas como acessibilidade, tempo de deslocamento, redução da poluição, modais alternativos de transporte e micromobilidade – que leva em consideração veículos de pequeno porte e de menor impacto ambiental em trajetos menos extensos –, assuntos que figuram entre as principais demandas de cidades como Porto Alegre.
Atualmente, há um carro para quatro habitantes no Brasil – com a possibilidade de a frota de veículos dobrar nos próximos quatro anos, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea). Os projetos apresentados devem pensar soluções para os deficientes físicos, que correspondem a aproximadamente 25% da população, segundo o Censo de 2010.
Da mesma forma, é preciso levar em consideração o contexto do qual faz parte o Centro Histórico. A região, referência em serviços e mobilidade para toda a região metropolitana e o maior polo comercial e bancário do Rio Grande do Sul, possui uma realidade que muda completamente em questão de quadras – apenas 600 metros separam uma via de trânsito rápido, como a av. Mauá, do calçadão da rua dos Andradas.
Vivências do Centro - Vivências são experiências únicas de vida, episódios que marcam de forma significativa e muitas vezes, duradoura. Elas são resultados de experimentações, das circunstâncias em que essas experimentações ocorreram, e do processo que cada pessoa estabelece para analisar esses episódios. Sendo a região em que Porto Alegre se consolidou como cidade, o Centro Histórico congrega potencialidades únicas, que podem ser exploradas através do seu patrimônio arquitetônico e cultural, da sua zona comercial e de serviços, da sua boemia e dos seus pontos turísticos.
Cabe a quem desenvolver projetos nessa temática, promover ideias que fomentem a ocupação dos espaços urbanos, ressignificando os equipamentos públicos existentes, reconfigurando experiências ligadas à região. Projetos que despertem o interesse da população porto-alegrense e de todo o Estado, e tornem o Centro Histórico novamente uma opção para atividades relacionadas a setores como a economia criativa, o turismo, a cultura e a gastronomia. Essa temática tem como objetivo resgatar a autoestima do bairro e despertar o interesse de conhecer tudo que o coração da Capital tem a oferecer.
Ativação Econômica - Em contraste ao seu grande potencial, o Centro Histórico vive um contexto de pouca atração de investimentos e empreendimentos. A Prefeitura de Porto Alegre prepara iniciativas que visam a reaquecer a sua economia, diversificando as atividades produtivas sem deixar de observar as características do bairro.
Os projetos voltados a ações de ativação econômica deverão ter o intuito de agregar valor ao que já compõe o cenário da região e prospectar nichos de mercados inexplorados, estabelecendo negócios baseados na inovação e na atração de novos públicos.
Mobiliário Urbano - O conceito de mobiliário urbano está relacionado a objetos e elementos que complementam a infraestrutura de um território, como pontos de ônibus, bancas de jornal, bancos de praça, lixeiras, quiosques, floreiras, postes e placas de sinalização. O mobiliário urbano é um elemento de grande relevância para o espaço público. Sua qualidade é um indicador do nível de desenvolvimento socioeconômico e cultural de uma cidade e a sua utilização está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas.
Quando bem planejado, influencia positivamente na dinâmica de uma comunidade. Quando mal projetado ou instalado, torna-se um fator de desagregação que pode desqualificar um ambiente inteiro. Os projetos apresentados nessa temática deverão levar em consideração, entre outros fatores, a funcionalidade, a durabilidade, a racionalidade e o design.
Iconicidade - Cidades como Nova Iorque, Paris e Rio de Janeiro fazem parte do imaginário coletivo muito em função das obras icônicas que as representam. Visualizar a Estátua da Liberdade, a Torre Eifflel e o Cristo Redentor são o bastante para que uma pessoa relacione esses monumentos às cidades em que estão localizados. São estruturas que carregam fortes características identitárias, elementos simbólicos cuja história está atrelada à trajetória desses centros urbanos.
O Centro Histórico de Porto Alegre é repleto de obras icônicas e simbologia. O Mercado Público, o viaduto Otávio Rocha, a Casa de Cultura Mário Quintana e a Usina do Gasômetro são alguns dos pontos que melhor representam a Capital. Locais que fazem parte da construção da identidade de Porto Alegre, que hoje convivem com iniciativas bem-sucedidas como a Orla Moacyr Scliar, o Embarcadero e, futuramente, com o novo e remodelado Cais Mauá.
Os projetos apresentados nessa temática devem propor ações que deem uma nova dinâmica ao patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, apontando soluções que ressignifiquem essas estruturas ao mesmo tempo em que construam um caráter de unicidade em toda a região. Trabalhar a iconicidade é, também, pensar de forma sistêmica, dialogando com as características do bairro e promovendo a integração entre seus pontos de referência.
Saiba como se inscrever no Desafio Criativo Centro+:
Período: 09/08 a 01/09
Site: https://bit.ly/centro-mais
Inscrições gratuitas.
Texto: Claiton Silva
Edição: Andrea Brasil