O programa Centro+ da Prefeitura de Porto Alegre foi lançado na última segunda-feira (9/8) em evento digital transmitido ao vivo do Paço Municipal.
O Centro Histórico foi dividido em três quadrantes, e com isso o governo municipal pretende fazer da revitalização um marco para o desenvolvimento da cidade.
S1 - Setor cultural / Institucional - Dinamização
S2 - Setor comercial - Humanização
S3 - Setor residencial - Preservação
Para saber mais sobre o Centro+ acesse o press kit neste link.
Com o objetivo de buscar novas propostas para o programa de revitalização, foi criado o Desafio Criativo Centro+, um hackathon híbrido, que está sendo organizado pelo Pacto Alegre em parceria com a Art E. Lab, BS Project, Ceia, Clash, Farol Santander, Co.nectar Hub, Sindilojas.
Os atores de inovação envolvidos no projeto estão atuando voluntariamente pela proposta.
O hackthon já está com as inscrições abertas (link de inscrições) e irá até o dia 27 de agosto, são esperados profissionais e interessados de áreas como arquitetura e urbanismo, design, engenharia civil, engenharia de produção, artes plásticas, gastronomia, produção cultural, economia e turismo.
As cinco áreas que integram o desafio são:
Mobilidade urbana
Vivências do Centro
Ativação Econômica
Mobiliário Urbano
Iconicidade
A primeira fase será de forma digital com lives entre os participantes. No final de semana de 24 a 26 de setembro a maratona será presencial e no final a banca avaliadora irá julgar os pitchs dos concorrentes em temas como criatividade nas soluções dos problemas do Centro Histórico, viabilidade de execução dos projetos, modelo de negócios, protótipo conceitual. A premiação será divulgada em breve em ação específica com formadores de opinião.
Confira mais detalhes sobre as temáticas abaixo:
Mobilidade Urbana
A mobilidade é uma questão diretamente ligada ao processo de estruturação das cidades. Trata-se de uma complexa correlação, na qual os centros urbanos condicionam a utilização de determinados modais de transporte ao mesmo tempo em que esses modais exercem influência sobre a forma com que esses centros urbanos se desenvolvem.
É necessário debater propostas sobre temas como acessibilidade, tempo de deslocamento, redução da poluição, modais alternativos de transporte e micromobilidade – que leva em consideração veículos de pequeno porte e de menor impacto ambiental em trajetos menos extensos –, assuntos que figuram entre as principais demandas de cidades como Porto Alegre.
Atualmente, há um carro para quatro habitantes no Brasil – com a possibilidade de a frota de veículos dobrar nos próximos quatro anos, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea). Os projetos apresentados devem pensar soluções para os deficientes físicos, que correspondem a aproximadamente 25% da população, segundo o Censo de 2010.
Da mesma forma, é preciso levar em consideração o contexto do qual faz parte o Centro Histórico. A região, referência em serviços e mobilidade para toda a região metropolitana e o maior polo comercial e bancário do Rio Grande do Sul, possui uma realidade que muda completamente em questão de quadras – apenas 600 metros separam uma via de trânsito rápido, como a Av. Mauá, do calçadão da Rua dos Andradas.
Vivências do Centro
Vivências são experiências únicas de vida, episódios que marcam de forma significativa e muitas vezes, duradoura. Elas são resultados de experimentações, das circunstâncias em que essas experimentações ocorreram, e do processo que cada pessoa estabelece para analisar esses episódios. Sendo a região em que Porto Alegre se consolidou como cidade, o Centro Histórico congrega potencialidades únicas, que podem ser exploradas através do seu patrimônio arquitetônico e cultural, da sua zona comercial e de serviços, da sua boemia e dos seus pontos turísticos.
Cabe a quem desenvolver projetos nessa temática, promover ideias que fomentem a ocupação dos espaços urbanos, ressignificando os equipamentos públicos existentes, reconfigurando experiências ligadas à região. Projetos que despertem o interesse da população porto-alegrense e de todo o Estado, e tornem o Centro Histórico novamente uma opção para atividades relacionadas a setores como a economia criativa, o turismo, a cultura e a gastronomia. Essa temática tem como objetivo resgatar a autoestima do bairro e despertar o interesse de conhecer tudo que o coração da Capital tem a oferecer.
Ativação Econômica
Em contraste ao seu grande potencial, o Centro Histórico vive um contexto de pouca atração de investimentos e empreendimentos. A Prefeitura de Porto Alegre prepara iniciativas que visam reaquecer a sua economia, diversificando as atividades produtivas sem deixar de observar as características do bairro.
Os projetos voltados a ações de ativação econômica deverão ter o intuito de agregar valor ao que já compõe o cenário da região e prospectar nichos de mercados inexplorados, estabelecendo negócios baseados na inovação e na atração de novos públicos.
Mobiliário Urbano
O conceito de mobiliário urbano está relacionado a objetos e elementos que complementam a infraestrutura de um território, como pontos de ônibus, bancas de jornal, bancos de praça, lixeiras, quiosques, floreiras, postes e placas de sinalização. O mobiliário urbano é um elemento de grande relevância para o espaço público. Sua qualidade é um indicador do nível de desenvolvimento socioeconômico e cultural de uma cidade e a sua utilização está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas.
Quando bem planejado, influencia positivamente na dinâmica de uma comunidade. Quando mal projetado ou instalado, torna-se um fator de desagregação que pode desqualificar um ambiente inteiro. Os projetos apresentados nessa temática deverão levar em consideração, entre outros fatores, a funcionalidade, a durabilidade, a racionalidade e o design.
Iconicidade
Cidades como Nova Iorque, Paris e Rio de Janeiro fazem parte do imaginário coletivo muito em função das obras icônicas que as representam. Visualizar a Estátua da Liberdade, a Torre Eifflel e o Cristo Redentor são o bastante para que uma pessoa relacione esses monumentos às cidades em que estão localizados. São estruturas que carregam fortes características identitárias, elementos simbólicos cuja história está atrelada à trajetória desses centros urbanos.
O Centro Histórico de Porto Alegre é repleto de obras icônicas e simbologia. O Mercado Público, o viaduto Otávio Rocha, a Casa de Cultura Mário Quintana e a Usina do Gasômetro são alguns dos pontos que melhor representam a Capital. Locais que fazem parte da construção da identidade de Porto Alegre, que hoje convivem com iniciativas bem-sucedidas como a Orla Moacyr Scliar, o Embarcadero e, futuramente, com o novo e remodelado Cais Mauá.
Os projetos apresentados nessa temática devem propor ações que deem uma nova dinâmica ao patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, apontando soluções que ressignifiquem essas estruturas ao mesmo tempo em que construam um caráter de unicidade em toda a região. Trabalhar a iconicidade é, também, pensar de forma sistêmica, dialogando com as características do bairro e promovendo a integração entre seus pontos de referência.